Trump irá reduzir impacto de tarifas sobre automóveis, diz secretário de Comércio dos EUA
29/04/2025
(Foto: Reprodução) Medidas devem ser anunciadas nesta terça-feira (29) com o objetivo de evitar que taxas sobre veículos produzidos no exterior se sobreponham a outras já existentes. Estacionamento da fábrica da Jaguar Land Rover em Halewood, Liverpool, na Inglaterra.
Reuters
O governo de Donald Trump irá anunciar nesta terça-feira (29) medidas para reduzir o impacto de suas tarifas sobre o setor automotivo.
O foco, segundo autoridades, será aliviar taxas impostas a peças estrangeiras utilizadas em carros fabricados nos Estados Unidos, com o intuito de evitar que tarifas sobre veículos produzidos no exterior se sobreponham a outras já existentes.
“O presidente Trump está construindo uma parceria importante com os fabricantes nacionais e com os nossos grandes trabalhadores americanos”, declarou o secretário de Comércio, Howard Lutnick, em comunicado divulgado pela Casa Branca.
“Esse acordo é uma grande vitória para a política comercial do presidente, ao recompensar empresas que produzem no país, ao mesmo tempo em que oferece uma transição para os fabricantes que expressaram compromisso em investir nos Estados Unidos e ampliar sua produção doméstica.”
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Fabricantes de automóveis afirmaram nesta segunda que esperavam que Trump anunciasse um alívio nas tarifas sobre o setor automotivo antes de sua viagem a Michigan, estado norte-americano onde estão localizadas as Três Grandes de Detroit (General Motors, Ford e Stellantis) e mais de mil fornecedores automotivos importantes.
Na semana passada, uma coalizão de grupos da indústria automotiva dos EUA pediu a Trump que não impusesse tarifas de 25% sobre peças automotivas importadas, alertando que isso reduziria as vendas de veículos e aumentaria os preços.
Trump havia dito anteriormente que pretendia impor as tarifas de 25% sobre peças automotivas até, no máximo, o dia 3 de maio.
“As tarifas sobre peças automotivas irão desorganizar a cadeia global de suprimentos do setor e desencadear um efeito dominó que levará a preços mais altos para os consumidores, queda nas vendas das concessionárias e tornará a manutenção e o reparo de veículos mais caros e menos previsíveis”, disseram os grupos da indústria em carta.
O documento, assinado por grupos que representam a General Motors, Toyota, Volkswagen, Hyundai e outras empresas, foi enviada ao representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, ao secretário do Tesouro, Scott Bessent, e ao secretário do Comércio, Howard Lutnick.
“A maioria dos fornecedores automotivos não tem capital suficiente para lidar com uma disrupção abrupta causada por tarifas. Muitos já enfrentam dificuldades e correrão o risco de paralisações na produção, demissões e falência”, acrescenta o texto, observando que “basta a falência de um fornecedor para provocar a paralisação da linha de produção de uma montadora.”
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