Justiça solta médica suspeita de atacar família com spray de pimenta durante missa em Jundiaí
23/06/2025
(Foto: Reprodução) Liberdade provisória foi concedida mediante pagamento de fiança de 20 salários mínimos. Suspeita terá de manter distância mínima das vítimas e da igreja onde ocorreu o crime. Médica é presa por usar spray de pimenta contra a família e criança em Jundiaí
A Justiça concedeu liberdade provisória, mediante o pagamento de uma fiança no valor de 20 salários-mínimos, à médica que foi presa após atacar uma família com um spray de pimenta durante uma missa, na Catedral Nossa Senhora do Desterro, em Jundiaí (SP), na noite de domingo (22). A TV TEM tenta contato com a defesa da mulher, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
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O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) decidiu, durante audiência de custódia, que ocorreu nesta segunda-feira (23), que Livia Maria Ponzoni de Abreu, de 41 anos poderá responder em liberdade. Além de pagar fiança, ficou determinado que a suspeita deverá comparecer a todos os processos, manter o seu endereço atualizado. Ela também está proibida de sair da cidade por mais de 10 dias sem autorização judicial.
A Justiça também determinou que a suspeita mantenha uma distância mínima de 200 metros da família atingida pelo produto químico e proibiu que ela frequente igrejas ou locais destinados a cultos religiosos situados em um raio de 50 quilômetros da Catedral Nossa Senhora do Desterro, onde o crime ocorreu.
O caso foi registrado como lesão corporal e uso de gás tóxico ou asfixiante.
Igreja da Matriz Nossa Senhora do Desterro em Jundiaí
Prefeitura de Jundiaí/Divulgação
Briga dentro de igreja
Conforme o boletim de ocorrência, Livia Maria Ponzoni de Abreu teria se irritado com o barulho que a filha de um casal, de apenas dois anos, estava fazendo durante a celebração religiosa. Por este motivo, ela usou o spray contra a menina, a mãe e o pai dela.
O ataque, que aconteceu na Igreja da Matriz, causou uma crise forte de tosse na criança, com vômitos e irritação nos olhos. Os pais dela também caíram no chão após a exposição ao agente químico. O gás se espalhou pela igreja e também provocou mal-estar em outros fiéis.
Após a celebração, todos saíram da igreja. A mulher entrou em um carro e sofreu represálias da população, mas o tumulto foi contido pela Guarda Civil Municipal (GCM).
A criança precisou ser socorrida com urgência, foi medicada e segue se recuperando.
Criança de dois anos ficou com queimaduras nos lábios e seus pais com outras reações alérgicas, após serem atigidos por spray de pimenta durante missa em Jundiaí (SP)
Arquivo pessoal
Em nota, a Diocese de Jundiaí repudiou o caso e disse que, além de causar tumulto, foi uma "agressão que constitui grave violência contra o espírito de comunhão, respeito e fraternidade" que deveria reinar nos espaços sagrados.
"A Diocese de Jundiaí expressa solidariedade às vítimas do ocorrido e reafirma seu compromisso inegociável com a não violência, a defesa da dignidade humana e a promoção da paz — princípios inalienáveis da fé cristã. Confiamos às autoridades civis a devida apuração dos fatos e a tomada das providências cabíveis, com respeito ao devido processo e à verdade", diz o documento.
O padre Sílvio Andrei, porta-voz da Diocese de Jundiaí, informou à TV TEM que, devido uma manutenção interna, as câmeras de segurança da igreja estavam desligadas no domingo à noite e, por isso, não registraram a agressão.
"Pegou-nos todos de surpresa, tanto o padre Rafael Godoi que estava presidindo a Santa Missa, quanto todos os fiéis que estavam participando da missa. Vimos isso como algo caso isolado e, ao mesmo tempo, temos uma certa indignação porque temos que exercitar a paciência e a tolerância uns com os outros. Estamos à disposição da Justiça para qualquer esclarecimento", explicou.
Vídeo mostra confusão após ataque de médica com spray de pimenta em igreja de Jundiaí
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