Financiadores do Partido Democrata suspendem doações para pressionar Biden a desistir da reeleição
05/07/2024
(Foto: Reprodução) ‘Eu continuo na disputa e vou derrotar Trump’, afirmou Joe Biden em um evento de campanha nesta sexta-feira (5). Financiadores do Partido Democrata suspendem doações para pressionar Biden a desistir da reeleição
Jornal Nacional/ Reprodução
Nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden respondeu aos pedidos para que desista da reeleição. Ele disse que vai derrotar Donald Trump.
A cartada mais recente para tentar convencer os democratas de que o presidente Joe Biden tem força para concorrer à reeleição foi lançada bem longe da Casa Branca. Em Wisconsin, estado que pode ser decisivo este ano, e onde Biden venceu Donald Trump por menos de 1% na eleição de 2020. O presidente seguiu à risca a estratégia da campanha. Em um comício para 500 pessoas, fez piada com a própria idade e avisou:
"Eu continuo na disputa e vou derrotar Trump”.
Durante a visita, Biden também gravou a primeira entrevista para uma emissora de TV depois do fracasso no debate de quinta-feira (27), que mudou o rumo da campanha do democrata. A íntegra vai ser veiculada sem cortes na noite desta sexta-feira (5).
A emissora divulgou um trecho de 2 minutos. Em entrevista exclusiva ao âncora da ABC, George Stephanopoulos, Joe Biden falou sobre o desempenho no debate. Afirmou que estava doente e exausto naquela noite; que foi um episódio isolado. No trecho, ele não explicou qual doença seria e disse que foi o único culpado pela forma como se saiu.
O Biden animado do comício desta sexta-feira (5) é muito diferente do presidente cabisbaixo visto na quarta-feira (3) em uma cerimônia de condecoração na Casa Branca.
A maior incerteza sobre a capacidade de Biden de vencer Donald Trump se refletiu em números na última semana. Cresceu a vantagem de Trump nas pesquisas de intenção de voto, diminuiu o apoio a Biden dentro do Partido Democrata e aumentou a insatisfação dos doadores que financiam a campanha dele.
“Dinheiro será a parte mais difícil de reconquistar. Quem doa muito quer ter certeza de que está apoiando o vencedor. Biden tem uma agenda e tem que ser agressivo para executar essa agenda e atrair o dinheiro. Se ele conseguir um cessar-fogo em Gaza ou resolver outras questões, como as dívidas estudantis ou a relação com a China, será muito importante para o futuro da campanha”, afirma Sharyn O'Halloran, cientista política e professora na Universidade de Columbia.
Segundo veículos de imprensa americanos, nesta sexta-feira (5), um grupo de 168 empresários enviou uma carta a Biden pedindo para que ele desista de disputar a reeleição pelo bem da democracia. Na noite de quinta-feira (4), financiadores fiéis - como a herdeira da Disney e o cofundador da Netflix - anunciaram a suspensão das doações até que Biden seja substituído.
Mas Biden não dá sinais de que vai parar. A campanha manteve o investimento de US$ 50 milhões mensais em anúncios, e a agenda do presidente está cheia nos próximos dias.
No domingo (7), ele vai para a Pensilvânia, um estado-chave para a eleição presidencial. E, na semana que vem, será o anfitrião, em Washington, do encontro que vai marcar os 75 anos da Otan.
Depois da semana mais desafiadora da campanha pela reeleição, Joe Biden decidiu apostar em aumentar o ritmo de compromissos em resposta a quem questiona se ele tem energia para liderar o país por mais quatro anos.
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