'É como se comparássemos um Fusca a uma Ferrari', brinca pecuarista sobre superioridade de raça de gado desenvolvida no Paraná

  • 06/07/2024
(Foto: Reprodução)
Raça Purunã levou 30 anos para ser criada e tem cerca de 12 mil cabeças registradas atualmente. Genuinamente paranaense, o gado Purunã homenageia a serra que delimita os Campos Gerai Arquivo pessoal/Piotre Laginski O Paraná é o maior criatório do gado Purunã no país, concentrando 40% do rebanho nacional da raça genuinamente desenvolvida no estado. Para se ter uma ideia do longo processo de criação, foram 15 anos apenas em cruzamentos até alcançar a combinação ideal. Os estudos que deram origem à raça começaram na década de 1980 diante da necessidade dos pecuaristas de melhorar o rendimento dos rebanhos. Porém, os produtores desconsideravam aspectos fundamentais em técnicas como inseminação artificial e seleção genética, e não conseguiam obter os benefícios esperados com os cruzamentos dos animais. A solução encontrada pelos técnicos do então IAPAR (atual Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná - IDR-PR) foi entregar uma raça pronta aos pecuaristas. ✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp ✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram A raça paranaense homenageia a Serra do Purunã, que delimita a região dos Campos Gerais, e foi desenvolvida na fazenda modelo do IDR em Ponta Grossa. O que cada raça tem de melhor O Purunã apresenta proporções iguais de suas 4 raças formadoras: Caracu, Charolês, Canchim e Aberdeen Angus, sendo que cada uma contribui de diferentes maneiras para a superioridade dos animais. 🐂 As raças Caracu e Canchim oferecem rusticidade e adaptabilidade, incluindo tolerância ao calor e resistência a carrapatos, além de docilidade das matrizes e boa habilidade materna; 🐂 A raça Charolês apresenta velocidade de ganho de peso, alto rendimento da carcaça e grande percentual de carnes nobres; 🐂 A raça Angus Aberdeen garante precocidade, temperamento dócil e carnes altamente macias, marmorizadas e suculentas. Fêmeas da raça Purunã são mais dóceis e entram em ciclo reprodutivo mais cedo Arquivo pessoal/Piotre Laginski Se interessou? Saiba tudo sobre o Agro Riqueza dos Campos Gerais Leia também: Cracóvia criada na cidade com maior comunidade ucraniana do Brasil busca selo de reconhecimento; aprenda receitas com a iguaria Boas práticas ajudam a reduzir lixo e o desperdício de alimentos; conheça Ponkan, mexerica, morgote, mimosa ou bergamota? Entenda nomes usados para referenciar tangerina O pecuarista e tesoureiro da Associação de Criadores de Purunã (ACP), Piotre Laginski, brinca que a superioridade dos animais Purunã em relação aos gados convencionais seria o mesmo que comparar o desempenho de um Fusca ao de uma Ferrari. Segundo Laginski, os animais Purunã são altamente produtivos em termos de fertilidade, precocidade e ganho de peso. No que se refere ao peso, a rentabilidade pode ser de 20% a 25% maior em relação aos gados convencionais, de acordo com o pecuarista. “Em média, o bezerro Purunã na desmama é em torno de 2 arrobas mais pesado que os bezerros convencionais. Só nesse ponto já mostra um desempenho superior, porque como o animal ganha peso muito rápido, ele irá chegar mais rapidamente ao frigorifico e com uma carcaça mais pesada. E, por ser abatido mais precocemente, as características do animal se convertem em uma carne mais macia, com gordura entremeada”, completa. Existem hoje 32 produtores associados à ACP, com um plantel aproximado de 12 mil cabeças registradas de animais puros. Presente no Brasil inteiro, os animais Purunã têm se adaptado muito bem ao clima quente, tanto que a raça se destaca em regiões como Mato Grosso, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia e Acre. Porém, o Paraná segue concentrando a maior parte do rebanho nacional. Piotre explica que a raça foi pensada “do pasto ao garfo”, beneficiando todos os envolvidos na cadeia produtiva, incluindo produtores, indústrias e consumidores. “Para os produtores, é um animal que vai desempenhar melhor, produzir mais bezerros e bezerros mais pesados, que vão para o frigorifico mais rápido e cujas fêmeas entram em reprodução mais cedo. Para a indústria vai oferecer alto desempenho por ter uma carcaça grande e pesada, tipo exportação, que otimiza a planta frigorífica. Já o consumidor irá consumir uma carne premium. Quando passar a faca e apertar o garfo ele vai entender toda a tecnologia desenvolvida no Paraná”, exemplifica o pecuarista. Desafio é garantir a constância do produto nas prateleiras Com bezerros mais pesados e que são abatidos precocemente, o resultado é uma carne com mais maciez e marmoreio Arquivo pessoal/Piotre Laginski Piotre Laginski explica que o desafio da associação de produtores atualmente é garantir a constância da carne tipo Purunã em açougues, supermercados e restaurantes. “Estamos no processo de certificação, porque para chegar na etapa de ter o selo que certifique que aquela carne é proveniente de Purunã precisa ter uma produção maior, além de constância. A associação tem organizado o setor para isso, já iniciamos conversas com restaurantes. A qualidade a gente já tem, falta a constância de fornecimento”, reforça. Os vídeos mais assistidos do g1 PR: Leia mais reportagens do Agro Riqueza dos Campos Gerais.

FONTE: https://g1.globo.com/pr/campos-gerais-sul/agro-riqueza-campos-gerais/noticia/2024/07/06/e-como-se-comparassemos-um-fusca-a-uma-ferrari-brinca-pecuarista-sobre-superioridade-de-raca-de-gado-desenvolvida-no-parana.ghtml


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