Cientistas criam câmara escura que confirma presença de sangue em cenas de crime com vídeo de celular; veja como funciona

  • 27/07/2025
(Foto: Reprodução)
Saiba como funciona câmara escura que detecta sangue humano em cenas de crime Um aluno de pós-graduação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) criou um dispositivo que detecta sangue humano em cenas de crime por meio de vídeos gravados com um celular (veja como funciona no vídeo acima). A ferramenta, que consiste numa câmara escura feita de papelão, também estipula o tempo em que o material biológico permaneceu no local com pouco mais de três dias e meio de precisão. "Com esse método que a gente desenvolveu, ele [o perito] pode pegar essa amostra, colocar na caixa, fazer essa análise [...]. E aí se mostra mais rápido e menos custoso do que ter que levar isso para o laboratório, esperar fazer essa análise para ter a confirmação de se é realmente sangue e se é humano", explica o mestrando em química Thomas Tributino, responsável pelo projeto. ✅ Receba no WhatsApp as notícias do g1 PE O experimento faz parte do projeto de mestrado de Thomas sobre o método da câmara escura, chamado de CDIB (sigla em inglês para "Imagem digital baseada em quimiluminescência"). Iniciado em 2023, o estudo foi divulgado em artigo que saiu, no mês passado, na revista científica "Analytical Methods", da Royal Society of Chemistry, a Sociedade de Química do Reino Unido. A publicação é assinada com cientistas da própria UFPE, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil do estado. Tablet que encontra vestígios 'invisíveis' ajuda polícia na investigação de crimes; saiba como Segundo o mestrando, a tecnologia parte da mesma metodologia utilizada atualmente por peritos ao analisarem uma cena de crime, com o uso de luminol — composto químico que reage com a superfície contaminada e emite uma luz azul, revelando se tem ou não sangue oculto naquele lugar. "Construí uma câmara de uma caixa de papelão, pintei ela toda de preto, preto fosco. E adaptei ela para ter duas entradas atrás. Uma é a entrada do luminol [...]. E o outro lado é o pedaço de hidrogênio, que é a água oxigenada, também necessária para o luminol funcionar", detalha o cientista. O celular é acoplado numa abertura em cima da câmara de papelão. De acordo com o pesquisador, a tecnologia funciona da seguinte forma: coloca-se a superfície contaminada com sangue embaixo da câmara, que simula um ambiente escuro, condição essencial para que a reação do luminol possa ser visualizada; com o uso de duas seringas, aplica-se uma solução composta de 1 mililitro de luminol e água oxigenada na amostra; com a câmera do celular, grava-se o processo de reação química do início até o fim, o que pode durar de 1 minuto e 40 a 2 minutos e 50 segundos; nos pontos em que aparecer a luz azul, o dispositivo confirma a presença de sangue; com a ajuda de softwares e aplicativos de simulação matemática e estatística, o perito faz a decomposição dos frames do vídeo e a análise dos dados a partir das imagens coletadas; a partir do processamento das imagens e da análise especializada, é possível saber se o líquido é sangue humano e estimar por quanto tempo estava ali. Segundo Thomas Tributino, a análise de um vídeo, para uma única amostra, dura entre 15 e 20 minutos. "A análise depende da quantidade de dados. Como tínhamos muitos dados para analisar e fazer a calibração do método, demorou um pouco por conta da pesquisa, uns seis a sete meses", conta. Equipamento que permite identificar sangue humano em cenas de crime tem formato de câmara escura Thomas Tributino/Acervo pessoal Testes com tinta e ketchup A execução do projeto contou com a colaboração da Polícia Científica de Pernambuco. Para verificar se a tecnologia conseguia distinguir sangue humano do de outros animais, foram utilizadas amostras da instituição e outras de fígado bovino adquiridos num supermercado. Depois, o material coletado durante a pesquisa foi encaminhado para o Grupo Especializado em Perícias de Homicídios (GEPH), da Polícia Civil, onde foram feitos novos testes com gotas de sangue despejadas em diferentes superfícies, como cerâmica, algodão, madeira e vidro. Além disso, para verificar novamente a capacidade do equipamento de identificar sangue humano, foram realizados experimentos com diversas substâncias que se assemelham ao tecido biológico, incluindo batom, tinta vermelha e ketchup. Conforme o estudo, a metodologia da câmara escura demonstrou ter uma eficácia de 90%. Um resultado que reflete um conhecimento acumulado em séculos de pesquisas e experimentações aliado à tecnologia de hoje. "A partir dos dados que os softwares vão gerar, eu vou utilizar ferramentas matemáticas e estatísticas para poder extrair esses dados químicos do vídeo, que é a chamada quimiometria. A partir disso, a gente constrói modelos para fazer a identificação desse sangue, para saber se o que está ali é realmente sangue, se é sangue humano ou animal, e se onde o sangue foi achado vai interferir em alguma coisa ou não. Tudo isso utilizando o celular", resume Thomas Tributino. Câmara escura desenvolvida por mestrando da UFPE ajuda a identificar sangue humano em cenas de crime com vídeo de celular Thomas Tributino/Acervo pessoal VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias

FONTE: https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2025/07/27/cientistas-criam-camara-escura-que-confirma-presenca-de-sangue-em-cenas-de-crime-com-video-de-celular-veja-como-funciona.ghtml


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