Chacina em festa infantil: polícia prende mulher suspeita de ser 'informante' de criminosos; defesa nega
06/07/2024
(Foto: Reprodução) Tiroteio deixou três mortos em uma comemoração de aniversário, no último 23 de maio, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Família canta parabéns para o menino Heitor Felipe antes de chacina em Ribeirão das Neves
Uma mulher foi presa, nesta sexta-feira (5), por suspeita de envolvimento na chacina que deixou três mortos em uma festa de aniversário infantil. O crime ocorreu no último 23 de maio, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
De acordo com a Polícia Militar, Ivone Silva de Almeida é investigada por suposta participação como informante dos criminosos. A defesa nega a acusação e afirma que ela está sendo ameaçada (veja mais abaixo).
Segundo o inquérito, a mulher era uma das convidadas da comemoração e compartilhou informações com os atiradores, que tinham como alvo o pai do aniversariante. O ataque foi motivado por um "acerto de contas" do tráfico de drogas.
A investigada foi localizada pelo serviço de inteligência da PM e, no momento da abordagem, passou mal. Ela foi levada a um hospital para atendimento médico e, em seguida, a uma delegacia da Polícia Civil, em Vespasiano, também na Grande BH.
A ordem de prisão preventiva de Ivone Silva de Almeida e mais sete acusados foi expedida pela 1ª Vara Criminal e do Tribunal do Júri da Comarca de Ribeirão das Neves no fim de junho. Até o momento, seis deles são considerados foragidos.
Defesa nega envolvimento
À TV Globo, a defesa da investigada afirmou que a mulher não teve participação no crime, sobretudo porque a filha dela, de 20 anos, também estava na festa.
"A gente já havia acompanhado a oitiva dela, na qual ela se colocou à disposição da Justiça para colaborar com as investigações. Acreditamos na inocência dela, até porque, no dia da chacina, a filha dela foi alvejada, tomou um tiro nas costas", disse o advogado Joel Francisco Costa Júnior.
Ainda conforme o advogado, Ivone, que é manicure, foi procurada por uma cliente após o evento. A mulher teria oferecido dinheiro para que ela, como testemunha, não desse informações à polícia.
"Acreditamos, sim, que ela está sendo vítima, porque ela foi acusada de ter sido a pessoa que passou a localização, porque ela não aceitou propina [de criminosos]. Eles falaram entre R$ 50 mil e R$ 100 mil para ela não depor, não falar quem eram os atiradores. Não faz sentido, porque ela estava no local, as filhas dela estavam no local", completou.
A defesa também disse que a investigada passou a ser ameaçada tanto pelos familiares dos suspeitos quanto pelos parentes das vítimas. As duas famílias seriam rivais do tráfico (entenda abaixo).
Chacina
Heitor Felipe Moreira, 9 anos, comemorava aniversário antes de ser morto em chacina
Arquivo pessoal
Dois homens armados invadiram a festa de aniversário do menino Heitor Felipe Moreira de Oliveira, de 9 anos, e efetuaram diversos disparos. O evento acontecia em um salão no bairro Areias de Baixo, em Ribeirão das Neves.
O aniversariante, a prima dele, Layza Manuelly de Oliveira, de 11 anos, e o pai, Felipe Júnior Moreira Lima, de 26, que teria envolvimento com o tráfico, morreram no local. Outras três pessoas também foram atingidas.
Um vídeo obtido pela TV Globo mostra o momento em que quatro suspeitos de participação no crime passam em frente ao local dos homicídios. Um deles diz: "Cheio de menino, olha lá" (veja abaixo).
Vídeo mostra suspeitos pela Chacina passando em frente o local da festa
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